Depois de passados os constrangimentos do primeiro contato telefônico, a amizade foi se firmando, mas Claudio nunca foi de ficar enrolando e logo foi direto ao ponto, por telefone mesmo. Numa de nossas conversas já deixa claras suas intenções ao contar que estava interessado em ser mais que amigo. Que gostava de mim de uma forma especial. Lhe revelei que me sentia da mesma forma. Mas havia um porém: ele tinha um "acordo" sua com a mãe e um voto com Deus: só começaria a namorar após os 18 anos. E adivinhem? Ele tinha 17 anos e 3 meses!! Imaginem minha decepção, kkkkk. Fazer o quê? Nada de namoro por alguns meses. Mas esse não era meu pior problema, esse rapaz era difícil mesmo: Apesar do sentimento mútuo, ele tinha intenção de ter uma e somente uma namorada, sendo que ela viria a ser a sua esposa e única mulher em sua vida. Logo eu que era tão namoradeira fui ser fisgada por um rapaz que vivia no século passado. E a coisa só piorava: ele precisava da confirmação de Deus de que eu viria a ser a resposta de suas orações. Eu tava lascada mesmo. 

O negócio era orar. Não tinha opção. Nos víamos cerca de 1 vez por mês, pois ele morava em outra cidade e nós dois dependíamos de nossos pais, então o lance era aproveitar as viagens deles para Curitiba a fim de ficarmos um pouco juntos.

E a conta de telefone ia aumentando, a cada mês nós levávamos uma bronca por conta dos gastos.

E a gente orando, esperando que Deus confirmasse, o amor crescendo, seria terrível receber uma resposta negativa. Hoje vejo que esse período de espera foi bom, e que Deus honrou a fé do Claudio. Na verdade, eu estava no embalo, minha oração era: "Deus, confirme - Deus, confirme - Deus, confirme", não estava realmente interessada em saber se ele não era da vontade de Deus, eu só queria que ele fosse e pronto. Já o Claudio não, era realmente sincero ao querer saber o que Deus achava de mim, rsrsrsrs.

Com a distância, conversávamos muito, nos conhecemos profundamente rapidamente. E a cada dia eu tinha mais certeza de que ele era mais do que eu sempre quisera. Então um dia me ajoelhei ao lado da cama e orei, chorei, clamei a Deus, mais ou menos com essas palavras:

_ "Deus, me dá o Claudio. Me dá o Claudio. Eu faço um voto contigo: Se o Senhor me der o Claudio eu vou onde ele for, eu farei o que ele quiser fazer, seguirei os Teus planos pra vida dele, serei a esposa que ele precisar, sempre. Ele é tão certinho, tão perfeito, tão determinado e destemido, tudo que não sou, mas se o Senhor me der ele, farei de tudo para que ele seja muito feliz".

Gente, é impossível não me emocionar agora. 13 anos atrás orei assim e Deus me atendeu. E o melhor é ver que tenho conseguido cumprir minha promessa.

Alguns meses depois Deus nos respondeu e já sabíamos que definitivamente havíamos encontrado "nossa metade", porém não imaginávamos que era possível que uma metade fosse tão diferente da outra.